“Eles precisam de Cristo a paz que liberta”

“Eles precisam de Cristo a paz que liberta”




No mês de março as Igrejas Batistas ligadas a CBB (Convenção Batista Brasileira) estarão entrando em mais uma campanha de Missões Mundiais. Quero pegar uma carona nesse tema que é tão sugestivo ao momento que atravessamos. A humanidade está atravessando um período de turbulência muito forte e em todas as áreas. As estruturas que formam a nossa sociedade estão sendo atacadas e lutam para continuar de pé. Penso na grande responsabilidade que temos como igreja do Senhor Jesus Cristo nessa terra, de sermos sal e Luz dentro de toda essa estrutura social. Diante do tema criado pela JMM (Junta de Missões Mundiais) qual Será a nossa atitude enquanto igreja? Vamos permanecer de braços cruzados enquanto o mundo se afunda mais e mais no reino das trevas ou vamos nos levantar como boca de Deus e voz profética nessa geração. Não há mais paz no coração dos homens em todos os países. O temor se apoderou do coração da humanidade. No hoje vislumbramos a incerteza do amanhã. Como igreja de Cristo, qual será a nossa atitude? O que fazer para amenizar a dor nos corações que não sabem o que é a paz?
Podemos fazer muito para que a paz que vem de Cristo alcance os corações sofridos. A igreja é a grande responsável nessa terra para que os homens vivam em paz. Como isso será possível se não sairmos do nosso comodismo religioso? Não será possível! Gostamos muito dos nossos momentos de cultos já todos padronizados. Gostamos muito de abrir e fechar o templo as quartas e domingos. Essa nossa agitação religiosa vai promover a paz no coração do mundo? Não! Não vai. Perdidos dentro de nós mesmos e dentro de um sistema religioso não alcançaremos o mundo. Antes que surjam os críticos de plantão, quero dizer que não sou contra todo o sistema organizado. Ser desorganizado é ser anti-bíblico, pois a Bíblia nos revela um Deus que é completamente organizado.  Necessitamos da organização e de toda estrutura necessária. O grande problema e que já estamos “morando” dentro da estrutura há anos e nos esquecemos de sair dela. Estamos perdidos dentro de programações e mais programações e se algo for modificado corre se o risco de perder a “cabeça” ou de se ouvir: Esse pastor tá com idéias esquisitas! Isso está enraizado dentro de nós. Como falar e pregar a paz que é Jesus se o nosso alvo tem sido outro? Vivemos de datas e muitas comemorações religiosas. Celebramos o dia de tudo dentro da igreja, mas poucos temos chorado pelas almas que morrem sem Cristo e sem salvação. Gastamos e pagamos caro com muitas atividades, mas quando se fala em alvo para a campanha de missões o povo inventa desculpas as mais diversas. Por exemplo: Eu vou dar dinheiro pra missionário andar de avião, enquanto eu ando a pé? É uma mula o irmão que pensa assim. Então o missionário tem que ir a pé para o campo missionário? Olha esse mês se tivermos a campanha os dízimos vão cair e como pagaremos as contas mensais? Pensava assim o Judas, traidor. Então, como o mundo vai conhecer a paz de Cristo se não gostamos de desafios financeiros para abençoar vidas?
O trabalho batista missionário tem ido longe e creio que poderíamos fazer muito mais se realmente tivéssemos paixão pelas almas perdidas. A nossa paixão é a praça de alimentação do McDonald’s e uma bela sala de cinema. É mentira crente Terta? É verdade! Se contribuíssemos na obra missionária com a mesma paixão que gastamos em coisas supérfluos muito mais missionários a JMM e a JMN já teriam sido enviados aos campos. Somo responsáveis pelo envio e sustento dos obreiros no campo, e lá o negócio fica apertado. É inaceitável ouvir dizer que a igreja no Brasil é pobre e sem recursos. Pobre e sem nenhum recurso é o diabo. A igreja de Jesus aqui no Brasil é rica e abençoada. Alguns crentes é que gostam de viver como mendigos. Nenhuma obra acontece sem esforço e sem meter a mão no bolso. Tem que se ter metas e investimentos. Temos muito e podemos fazer muito mais.
Pastoreio em uma comunidade carente em São João de Meriti, baixada fluminense e o nosso município é um dos mais carentes do Brasil, é só olhar para o lixo e ruas esburacadas e você verá. Estou nesse ministério a sete meses e tenho desafiado os crentes da nossa comunidade a ter uma mente transformada e não guiada pela miséria que nos é imposta pelo poder público. Se nosso comportamento for guiado pelo que vemos, e pelas dificuldades, nada será feito. O nosso relatório tem que sempre ser otimista. Uma vida é muito valiosa para o Senhor e não podemos fazer corpo mole. Se ficarmos presos ao nosso momento não vamos vislumbrar as dádivas que o Senhor tem para nós como igreja.  Somos cerca de 40 e com esse numero ou com 5000 sempre poderemos fazer além das nossas possibilidades. E quando se fala de realizar a obra missionária, seja orando, indo e acima de tudo contribuindo, o nosso coração se inflama ainda mais.  
 Tem gente esperando ficar rica pra investir na obra missionária. Ah, coitado! Vai morrer na pobreza, pois deixou de ser rico no mundo espiritual. Não ofertou o que deveria e o que tinha. Ei, não estou aqui, dando às mãos a outra raça que só pede e pede e não faz nada por ninguém. Estou falando de um ato de fé e completa dependência de Deus para o avanço da obra missionária. Deus não vai mandar anjos do céu com o cheque assinado. Deus não vai nos livrar das provas no avanço da pregação do Evangelho, mas ele promete estar conosco e isso é suficiente. Aleluias!!! Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém”. (Mateus 28:20)
Precisamos resgatar o ardor da chamada missionária dentro das nossas fileiras para que os lugares mais distantes sejam alcançados. Esses lugares estão aqui, pertinho de cada igreja onde os pontos e drogas imperaram escravizando a vida de milhares e destruindo famílias. Missão é o aqui, e o agora do nosso dia a dia como igreja da comunidade e também é acolá, em terras distantes onde também tem gente sofrendo pela falta do conhecimento de Cristo a paz que liberta. Vou falar mais uma vez: Não fomos chamados para abrir e fechar templos evangélicos durante dois dias na semana. Fomos chamados para fazer, realizar a obra missionária. A igreja local faz missões quando ela abre as suas portas para atender as necessidades da sua comunidade. A visão é do ser por completo. Corpo, alma e espírito. Não adianta falar que Jesus Salva, cura e liberta (E Ele faz isso muito bem) se não estendemos a mão para suprir a fome da criança que mora ao lado da igreja e que muitas vezes está em nossos cultos. A missão está bem ao nosso lado e precisa ser feita. Trabalhar aqui nos impulsionará a irmos a lugares mais distantes.
O desafio é mesmo gigantesco, é um “Golias”, mas precisamos ter a atitude de Davi diante do “gigante”. Precisamos de um coração cheio de fé para que a verdadeira mensagem do Reino alcance a vida de todos os homens espalhados sobre a face da terra. Não tem mágica evangélica, não tem show gospel e nenhuma outra forma de manifestação que venha trazer a paz aos corações inquietos. Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Sumária, e até aos confins da terra”.(Atos 1:8) É poder de Deus que precisamos e esse poder se manifestará através de um coração que se quebranta na presença do Senhor através de uma vida de oração. A obra missionária começa dessa forma: Muita oração e leitura da Palavra de Deus que produzirá santidade e temor. Uma vida acessa pelo poder do Espírito de Deus irá a qualquer lugar onde estiver uma vida clamando. Vamos clamar juntos todos os dias do ano e não somente no mês da campanha de missões. Derramemos lágrimas no altar de Deus pedindo por vidas salvas do poder do pecado. Pela fé e pelo trabalho que realizaremos, já podemos contemplar jovens sendo salvos, famílias sendo reerguidas e o Evangelho fazendo todo tipo de mudanças necessárias na vida da nossa comunidade. Vou repetir: Não tem mágica gospel, arrepios, treme-treme, etc. Tem sim, muito trabalho, responsabilidade e envolvimento para que os lugares mais distantes e bem perto de nós venham ter o pleno conhecimento de Cristo Jesus, o príncipe da paz.
Cheguei no começo desse mês do continente africano. Estivemos em Angola, e vimos o que as igrejas estão realizando para alcançar as vidas naquele país. Estivemos na IEBA (Igreja Evangélica Baptista de Angola) (http://iebachurch.org/home.php)e vimos a dedicação daqueles nossos irmãos mesmo dentro das suas atuais limitações. Vimos uma igreja que se tem apresentado diante da comunidade com um trabalho social que resgata um pouco da dignidade do povo sofrido. Isso é fazer missões! Fiquei impactado com o testemunho daquela igreja e seus pastores. Como igreja brasileira não podemos dar desculpas diante do clamor missionário. Somos uma nação rica e abençoada e de igrejas ricas.  Não podemos nos conformar diante do quadro de miséria e abandono social. A missão da igreja é resgatar a auto-estima do individuo e não somente atuar com as portas abertas e com discurso religioso.
Jesus atraia uma grande multidão por onde ele passava. Não tinha descanso, pois a necessidade do povo era imensa. E hoje onde está essa multidão? Está bem perto de nós. Olhando para a igreja e esperando receber alguma coisa. Jesus desafiou aos seus discípulos à alimentar a grande multidão. Diz-nos o texto bíblico: Ele, porém, respondendo, lhes disse: Dai-lhes vós de comer. E eles disseram-lhe: Iremos nós, e compraremos duzentos dinheiros de pão para lhes darmos de comer? (Marcos 6:37) Que grande responsabilidade Jesus colocou nas mãos dos discípulos. A visão dos discípulos era da impossibilidade por falta de recursos adequados. Todavia, a ordem era divina. Se ele ordenou é porque o milagre já era real. Foi um momento de crescimento na vida dos discípulos. As palavras do Mestre já tinham alcançado o âmago de cada um da multidão. Jesus via toda a necessidade do ser. A barriga estava roncando de fome. A primeira necessidade estava se manifestando. A fome de comida! Uma pessoa com fome perde toda a motivação pela vida. A fome altera todo o nosso metabolismo. Diminui a defesa do organismo, ficamos sem movimento até que chega a morte. Nesse exato momento em que você lê essas palavras, estão morrendo milhares de pessoas no mundo. E pensar que aqui no Brasil, onde jogamos comida fora, tem brasileiro morrendo por falta do pão diário. Pão era o alimento básico nos tempos de Jesus e ainda o é hoje. Jesus desafiou os discípulos a dar aquela multidão faminta o básico: O pão. Eu não precisava ter ido a outro país para ver tanta miséria, tanta necessidade do pão básico. A fome está bem perto de nós matando as nossas crianças no Brasil. Isso é pecado e não podemos nos calar como igreja. Temos que denunciar essa atrocidade que tem matado muitos brasileiros. O Betinho, sociólogo já dizia: Quem tem fome não espera.Talvez, tenha ele lido as palavras do Mestre. “ Daí-lhes vos de comer”.
            Uma pessoa com fome não pode ter paz. A paz que o homem precisa é tridimensional: corpo, alma e espírito. Falar que Jesus é a paz e deixar a pessoa com fome é falar ao vento. Não vai surtir efeito. Esse desafio sempre existiu na vida da igreja. Tiago, disse: E, se o irmão ou a irmã estiverem nus, e tiverem falta de mantimento quotidiano, E algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos, e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí? Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma. (Tiago 2:15-17) Somos bons em discursar , mas vida cristã de verdade é a prática. É o exercício diário da misericórdia.
Como batistas brasileiros, estamos diante de mais um nobre momento de falar de missões e continuarmos fazendo missões. Temos um alvo estabelecido e que precisa ser alcançado. Temos missionários nos campos que precisam do sustento financeiro e das nossas orações. Temos um tema impactante que nos desafio como crentes em Jesus a testemunharmos da verdadeira Paz. A minha oração é que o Senhor Jesus Cristo nos fortaleça a cada dia na obra missionária e que respondamos ao grito de socorro de cada voz que clama por paz. Que os nossos líderes das duas juntas de missões da CBB, continuem sendo encontrados como servos fieis na administração da obra missionária batista. E que cada um de nós, pastores tenhamos a chama missionária acessa dentro de nós e na vida da igreja que pastoreamos. Assim sendo, a Paz ecoará em todas as nações e o Seu poder alcançara os lugares mais distantes do mundo.
Paz, vida e graça!
Pastor Francisco Rosa
25 de Fevereiro de 2012-02-25 – ás 14:13:35
 





                                                                                     

Nenhum comentário:

Postar um comentário